Recalculando a rota…

Se você é morador de Santa Cruz e costumava frequentar o Shopping Santa Cruz, por volta de 2012, você com certeza já parou para dar uma olhadinha nos óculos que ficavam em quiosques próximos a praça de alimentação. Se você lembrou daqueles quiosques, muito provavelmente vai lembrar que por lá ficava uma menina morena, com cabelos azuis, de sorriso fácil, falante e que fazia um atendimento ímpar – isso se você não acabou comprando algo com ela. A Tatiane Tatsch é de Cachoeira do Sul mas veio para Santa Cruz do Sul em busca de oportunidades e crescimento. Depois de atuar como vendedora, resolveu seguir na área de sua formação, Licenciatura em Ciências Matemáticas, e atualmente é professora de matemática e física na Escola Polivalente.

Ativa, sempre adorou atividade física, basquete, trilhas e viagens. Em agosto de 2023, saindo da academia, ainda bastante suada, sentiu que tinha um fio de cabelo incomodando dentro do top. Na tentativa de localizar o cabelo, passou a mão próximo a sua axila e sentiu um caroço, que conforme ela lembra “parecia um grão de milho”. Como estava com bastante dor de garganta pensou que pudesse ser uma íngua, mas, mesmo assim, decidiu procurar atendimento médico. Entre idas e vindas ao médico, exames de imagem e pôr fim a biópsia, ela recebeu a confirmação: estava com câncer de mama, aos 33 anos de idade.

Eu estava com planos de morar no Rio de Janeiro, estava me organizando para isto, juntando dinheiro. Esta notícia chegou e eu perdi o chão. Tudo que economizei acabou sendo usado no meu tratamento, pois tinham algumas coisas que o plano não cobria, isso foi bastante frustrante. Fiquei com muito, muito medo. Fiquei perdida. Fiquei angustiada.” O que trouxe conforto naquele momento? Tatiane é certeira: “A Dra. Andréia Rauber e a Dra. Sheila. Elas me fizeram entender a doença e tudo o que deveria ser feito. Me deixaram segura e principalmente confiante de que vai ficar tudo bem. Estou na 9º sessão de químio, ainda tenho mais 7, ainda terei a cirurgia e a radioterapia, mas eu confio nelas, sei que vai dar certo”.

As aulas com a profe Tati precisaram ser canceladas. O sonho de ir para o Rio foi adiado. O ritmo dos exercícios e atividades precisaram ser reduzidos, mas jamais abandonados. “Eu não vou parar. Respeito o momento que estou vivendo, nos dias de quimioterapia gosto de ficar quietinha, ficar na minha, assistir minhas séries, porém quando fico melhor vou para academia, isso me faz esquecer um pouco da doença e me deixa bem. E sobre o Rio, eu ainda vou morar lá”.

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